sábado, 26 de setembro de 2009

The Pursuit of Happyness



A humanidade vem desde que o mundo é mundo, discutindo dogmas religiosos, teses de filosofia, incoerências do inicio da vida e mais uma série de prismas que permitem uma vida de discussões sem fim e sem denominador. Mas todo mundo sempre tem uma resposta meladinha e sem graça, ou algo depressivo de mais, quando o assunto é sobre “O que é a felicidade?” – Geralmente se discute essa questão, de acordo com a presença dela ou com sua ausência, a felicidade nunca é abordada numa situação neutral, mas sempre em extremismo.

A nossa felicidade é uma coisa transitória e, isso é notório. Creio que não esteja aberto a discussão isso, pois tu podes estar extremamente feliz, por ter ganho sozinho o premio da Mega Sena, e alguém muito querido falecer – e lá se vai a felicidade de novo.

Mas o que eu queria entender, é quando se sabe que se está feliz de verdade, quando se sabe que realmente pode se dizer: Eu sou um cara feliz! – Quando isso é uma realidade ou uma ilusão?

Seria alguém feliz, pelo simples fato de esperar sua namorada na porta de algum lugar, ficar ansioso pela demora e, sentir seus batimentos cardíacos aumentando gradativamente ao avistar a pessoa do outro lado da rua?Sentir uma emoção quase indescritível ao sentir a pele de novo, a textura valiosa, o gosto e puder olhar todas as cores dos olhos e na seqüência dar um sorriso de orelha a orelha – seria isso a tão procurada felicidade?

Talvez também, a felicidade seja a saudade de um fim de semana distante, mas a alegria pela chegada do dia que vão se ver, onde vão realizar tudo descrito antes. Seria isso então a felicidade?

Acho que a felicidade é mesmo esse ponto de vista – o “seu” ponto de vista.

Talvez eu não saiba exatamente o que é a felicidade, talvez eu seja um grande conhecedor... Não sei.

Só sei, que eu me sinto um dos seres mais felizes.

sábado, 1 de agosto de 2009

Return to innocence

- Puta merda! – disse ele ao ouvir o telefone tocar às três e meia da manhã.
- Alô! – saudou a alma sem compaixão pelo sono alheio.
- Eu vou ir! – falava aquela voz doce que ele á tempos não ouvira.
- Quê?
- Eu vou ir. Agora eu vou ir – dessa vez é verdade!
- És tu?
- Sim, sou! As coisas não deram certas e, eu acho que por mais que eu fuja, por mais que eu dê voltas, eu acabo sempre no mesmo ponto.

Então ele senta-se na cama e, desenvolve com os lábios um sorriso que em muitos anos não o fazia:

- Mas quando?
- A passagem foi marcada pra quarta. Chego à rodoviária às seis horas da manhã!
- Mas, mas... – Gagueja num conflito de perplexidade e felicidade.
- Sim, Amor, eu vou! Tu me buscas?
- Sim, claro. – Mas... Tu vens mesmo?
-Vou, dessa vez é pra valer!
- Vens passar quantos dias?
- Eu pretendo morar!

Silenciou por alguns instantes, olhou pro relógio.

- Se tu estás mais uma vez brincando comigo: Pare! Tu não tens esse direito!
- Não estou, Amor!Já disse. Eu vou e, pra ficar!
- Não acredito. – disse ele com um tom choroso, não de descrença.
- Pois é verdade, apenas me busque!
- Ok. Eu estarei lá!
- Certo. Bom ouvir tua voz. – Falou ela quebrando o tom eufórico.
- Sim, bom ouvir a tua também e, bom também saber que algo que faz muito tempo que eu quero ouvir: Que tu vens - vai ser consumado.
- Bom, liguei só pra te dar essa noticia e, pedir que vá até lá.
- Eu irei – Agora foi ele quem falou em tom eufórico.
- Combinado então. Até lá! Um beijo!
- Beijo. – Desligou o telefone e, se deitou na cama. Com as pernas abertas na cama, e os braços também; olhando para o teto.
Ele não conseguia acreditar, que algo que ele tanto esperou, o pegava de surpresa, num momento calmo. Que quando meses antes, ele esperou por essa noticia numa ansiedade sem fim.
Ela viria e, dessa vez pra ficar.
Deitado na cama, inerte, sem reação alguma, só com um sorriso que estampava sua face de lado a lado.
A abrupta vontade de ficar ali, parado, e esperar quarta feira chegar, e ir até aquela rodoviária, olhar naqueles olhos que ele sempre quis, dizer um oi tímido e começar uma coisa nova.
A vida mudou e, dessa vez pra melhor.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Né?

Então, tô numa faze total músicas de ambiente com parede de cor amarelo queimado.
Comprando cigarro, voltando pra casa, estudando por conta, compondo, lendo... Essas coisas. Lendo vários blogs, em especial o da Ivy – por sinal ando adquirindo muito o vocabulário peculiar dela, e isso é tão blé!(haha).
Mas é legal, eu me sinto tão estúpido fazendo algo diferente aqui – digo, eu sempre componho um texto ou um poema, e tô aqui falando da minha vida pra pessoas que não vão passar por aqui.
Tava com a idéia de falar coisas idiotas aqui – acho que estou sendo bem sucedido – tô com vontade de parar de ouvir Vitor Ramil. Tô puto com ele. Comecei a de fato prestar atenção na música Ramilonga. Aquela que ele da um passeio por Porto Alegre, e conta sobre o carinho dele pela cidade. Que cara bem palhaço que é ele, ele só anda por bairro nobre: Bom Fim, Rio Branco, Cidade Baixa... Por que ele não sente saudades do Leopoldina? Do Sarandi?
Falava com meu pai ontem, ele tá pensando em ir pra Argentina passar uns dias lá comigo. Achei super interessante a idéia dele, a gente pode ir comprar coisas e ainda trazer uma gripe suína pra cá. Na moral, tá todo mundo ultra-preocupado com essa merda de gripe dos porcos e, eu acho que sou um dos poucos que ta pouco se fodendo pra essa merda. Sério, eu não tô nem um pouco preocupado – acredito na lei da atração. Tá, eu não acredito não, mas uso de desculpa pra fazer o que eu quero quando me é conveniente: - Oi, eu sou um humano.
Tem coisas boas acontecendo e, – não me acordem .Ao que tudo indica eu arrumei um trabalho e nem vou precisar cortar meu cabelo. Consegui me livrar do serviço militar – isso tava me apavorando – e... Agora que todo mundo desistiu de cortar meu cabelo, eu tô pensando em cortar. Já se foram oito anos de pelego longo. Ainda não sei o que vou fazer.
Tô acompanhando bastante o caso da Yeda aqui no estado. Sinceramente eu acho que ela é uma puta duma vaca, mas também não se tinha opção, era ela, ou o Olívio. Nas eleições eu estava em Brasília (Eu quis falar isso pra parecer importante) – mas de fato eu estava – então não votei. Também nem tinha o título – mas eu acho que bem ou mau, ninguém tem uma prova concreta contra ela. Tá, ela comprou uma casa de setecentos mil – mas eu acho bem plausível comprar isso com o salário dela e do marido.
Com esse lance da Yeda, o que acabou acontecendo foi que eu peguei mais nojo da raça de professores. Eu vi no jornal, o protesto que rolou na frente da casa dela – o que é um absurdo – e, as professoras não tinham aquele direito. Mostraram uma professora batendo num brigadiano. Ele não fez nada, só pegou ela e levou pra delegacia – ele podia ter cagado ela a pau... Eu teria feito isso (Rá).
Ah, em nível de política ainda rola aquele lance com o Sarney, né... Eu ficaria feliz em ser parente dele e ganhar o emprego.
Mas acho tão blé esse lance de debater assuntos que ocorrem em Brasília, as coisas lá não mudam e as frases são sempre as mesmas.
Comecei a ler um novo livro do J.M. Simmel. Tô achando um cocô, mas minha madrinha disse que é bom.
Em alguns anos, eu venho reclamando da minha infelicidade e, acho que isso tá mudando – finalmente – fico feliz pelo meu emprego de baixa remuneração.
É isso!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Irreais

Passava uma vida agindo como uma criança. Então cresceu. Criou barba e desejos dos quais uma criança não tinha. Mas ainda agia como uma criança – não na inocência, mas na estupidez.
Agia sem pudor, agia sem cautela ou medo com o que fazia com as pessoas – e por esse motivo era visto com outros olhos.
Ainda no colégio era um cara bem entrosado. Dava-se bem com todos e com os professores – mas todos o achavam muito criança – mas não criança de criança bobinha, criança querida – criança de imaturo mesmo, de negligente com sigo e com os outros.

Sem saber o que ao certo quer, o que ao certo pensa ou gosta – sempre enfiava os pés pelas mãos. Ferir as pessoas era uma constante – mas verdade seja dita: Sem querer – quase sempre sem querer.

Afundado em livros de filosofia e escritores estrangeiros, adquiria muita cultura e, nenhuma picardia. Como pode um ser, ser tão estúpido?
De nada adiantava andar com Voltaire, Nietzsche, Allan Poe, Kafka ou qualquer velho sabido – de nada adiantava se ele só decorava as histórias. Nunca as colocava em pratica. Nunca tomava o conhecimento de seus heróis como uma lição – era mais um livro.

Filosofando sozinho no banho sobre sexualidade, racismo e outros assuntos cult’s – era ele mais um pseudo-cult. Mais um pseudo-sábio. Em suma: Um estúpido.
Negligenciava o carinho que as pessoas tinham por ele e, mais uma vez acabava por ficar só – bem feito.
Trancafiava-se então mais uma vez em seu quarto com seus heróis, a fim de buscar uma saída ou uma resposta. E as encontrava – e mais uma vez o estúpido não as seguia, não as usava.
De que adianta?De que adianta tantos livros, tanta sede de saber, se na hora que necessita dela... Simplesmente não se usa! De que adianta?


Sonhando todos os dias com uma independência financeira e moral – mas não fazia nada pra que isso acontecesse. Literalmente nada!
Reclamando da sorte e mais uma vez citando artigos de revistas que falavam de seus heróis. Revistas que lia pra que mais uma vez fossem inúteis. Revistas que seriam altamente edificantes pra que a pessoa conseguisse se elevar – perante os outros e a si mesmo.

Mas não, sempre se lia, sempre se ignorava o que se lia e sempre, sempre mesmo, era vista com olhos irreais – e com a mais coberta razão.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

L'âge D'or



Tão torto e distorcido. Planejando ou às vezes simplesmente “dando de ombros”.
Capaz de fazer sofrer uma vida inteira, destruir nações e mentes.
Digno de pena ou, de ódio – é a pedra no meu sapato.
O causador dos meus problemas. Mas, já foi uma solução.
Tudo bem...
Contorce na cama ao lembrar-se dele – por quê?
Disfarça sempre que precisa usar.
Dissimula sempre que o precisar – mas dependendo da índole, não.
Às vezes come frio e pelas bordas. Às vezes faz num ato seco.

Causador da perplexidade – depois dele feito, o “por que” é inevitável.
É presente nos relacionamentos – mas nunca por culpa de ninguém.

Egoístas sem querer.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Fim



Tantas cidades,
Tantos cheiros,
Poucos amores.
O que restou,
Foram sabores memoráveis.

Daqui não se leva nada.
Pelo menos, nada de bom.
De bom, só o alívio do fim.

Do lado parado da vida
Visualiza-se como era bom.
Andar de mãos dadas com o nosso veneno.

O que eu vou levar de bom,
São os carinhos dos meus pais,
O amargo da minha bebida e,
O travo do meu cigarro.

Todos os lugares em que andei,
Aprendi a calar.
Todos os lábios que beijei,
Ensinaram-me que não era minha aptidão.

O que restar é o que restou.
Largo minha espada e tiro meu elmo.
Deixo a parte vulnerável da minha bala clava exposta.

Pois daqui nada vai – tudo fica.
De bom, só o alivio do fim.

Fim.

domingo, 31 de maio de 2009

Não estou lá

- Tu viste aquele filme do Almodóvar?
- Vi!
- O que tu achaste?
- Uma bosta.
- A gente tá falando do mesmo filme?
- Tu tá falando do Kika?
- Sim!
- É, uma bosta.
- Ai, mas o filme é ótimo.
- Capaz, é um lixo – uma maquiadora, que se apaixona por um defunto que não é defunto. Por favor, né?Eu esperava mais de ti.
- Eu não tenho que gostar do que tu gosta.
- Nem eu do que tu gosta.
- Ai... Enfim – tu vais sair hoje?
- Acho que sim.
- Aonde tu vais?
- Comprar cigarro.
- E depois?
- Voltar pra casa e ouvir Fito Paez.
- Posso ficar aqui contigo?
- Na verdade eu ia te perguntar isso.
- Te amo.
- Também te amo. Tu vais querer passar na tua casa pra gente pegar umas roupas?
- Ah, sei lá... Acho que não precisa. Deixei um moletom e uma calcinha aqui finde passado.
- Ah, que bom – tô sem grana pra gasolina.
- Bem capaz, se fosse o caso, eu colocava gasolina.
- Tu sabes que eu não gosto que tu pagues as coisas.
- E tu sabes que a gente ainda vai terminar por causa desse teu orgulho idiota.
- Não começa!
- Mas é sério...
- Não começa! Tá, vamos lá compra cigarro?
- Vamos. A gente podia passar no super também, e comprar um vinho e um chocolate, né?
- E um filme na locadora?
- É!
- Deu pro Fito Paez.
- Deixa de ser chato!
- Tá, mas Almodóvar não!
- Alguma coisa em mente?
- Não. Lá a gente vê. - Tá, Sofia, tu ta pronta?Tu tá à meia hora nesse banho... Vamos antes que eu mude de idéia.
- Pronto. Tava secando o cabelo. Já disse que eu te amo?
- Não...
- Vamos daqui a pouco?
- Por quê?
- Vem cá...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eco

Time – Pink Floyd.


Midas revés – tô me sentindo assim: Tudo que eu toco se transforma pra algo ruim.
Desisti de cultivar amigos – não vale à pena. Pessoas não valem a pena.
O bom mesmo é ser e estar sozinho – não se tem ninguém pra conversar, mas também não se tem ninguém pra dizer “verdades”.
Pessoas que aparecem na minha/nossa vida chegam até nós com um único propósito: Estragar o pouco que resta.
Há alguns textos que eu escrevi aqui, eu citei que se manter lúcido é algo complicado. Manter-se sóbrio, lúcido – de pé, no dia-a-dia, é coisa de louco!

Não dá, é uma rasteira atrás da outra.

Nenhum dos meus escritores favoritos me traiu alguma vez. Sempre que precisei de um deles, lá estavam; prontos pra mim, com poeira entre as páginas, só esperando serem folhados pra me ajudar. Eu fico com meus livros.

Lembrando novamente de alguns textos, eu meio que clamava por uma companhia – uma simples conversa numa grama úmida, num domingo com um sol e uma brisa bem fresquinha. Mas eu não quero mais: Eu quero ficar sozinho – pra sempre.

Eu nem sou adepto do pra sempre. Eu acho que o Renato que tava certo: “O pra sempre, sempre acaba.” – e isso só podia ter vindo dele.
Eu cheguei a algumas conclusões sobre solidão, namoradas e amigos – basicamente a mesma que me transformou em agnóstico – quando se sai de casa, pra encontrar amigos num bar, que se está feliz por ter pessoas que se lembraram de ti, e chega-se no bar e, não tem ninguém, e depois se fica sabendo que eles se esqueceram de ti... Isso dói muito, isso dói de mais. Porque veja bem: Se tu saíres de casa, já sabendo que tu és e estás sozinho, tu não cria expectativas nenhuma sobre nada nem ninguém. Agora, se tu sai de casa, achando que tu vai encontrar teus “amigos”, tua “namorada” – e mais uma vez tu leva um bolo, tu além de ter gasto passagem, tu ainda volta com uma puta duma frustração, uma baita de uma decepção... Um sentimento super profundo de ser sozinho.

Eu prefiro ficar com uma decepção só. Prefiro ser consciente de que eu sou e, estou sozinho – do que ficar me enganando que eu tenho amigos, só porque alguém resolveu me ligar numa terça-feira à tarde.

Sobre as garotas, qualquer coisa que eu diga eu passo por machista, porco nojento. Tá, deve, deve ter alguma guria perdida aí pelo mundo – eu não achei ainda... E sinceramente nem tô mais procurando.
Não vou entrar no mérito “guerra dos sexos” – mas puts... Tá complicada a coisa.

Eu acho que o dito do “Se aprende a gostar” é fato. Eu ando começando a aprender a gostar da minha solidão, aprendendo a gostar de ser eu, eu e os entretenimentos solos.

Pessoas são falsas, fedorentas e estúpidas – sozinho, não se sofre nada disso. Exceto que tu seja tão asqueroso, que nem tu te agüenta... Mas aí fica pro próximo post.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rima Pobre


Tuas manias irritantes,
Tuas risadas tão marcantes –
Até quando vou aguentar?

Tua cara deslavada,
Teus encontros nas escadas –
Por que eu devo relevar?

Brigar contigo é tão inútil,
Sinto-me sempre assim, tão fútil –
E minha rima é de aversão!

Me fazer gastar saliva
Demover-te das besteiras –
Não me ouvir é diversão.

Então vá sem mais delongas,
Porque sempre no final das contas,
Eu acabo por pedir perdão!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Super-Herói

"Me faça um favor?Mantenha-se distante de mim. Mas não distante o bastante que eu não possa te ver – fique daqui dois postes de mim – longe o bastante das minhas mãos, mas perto o suficiente pro vento me trazer teu perfume.

Não encare mal as minhas ofensas, elas saem no afã de te ter.
Não entenda errado os meus pedidos, eu só queria me sentir um pouco bem.

Continue sua vida, como se eu nunca tivesse existido – exceto pelo fato de saber que eu continuo ao lado deste poste – tão inerte quanto ele – esperando que tu voltes alguns metros: Ao alcance das minhas mãos, e das possibilidades do meu olfato.

Me desculpe pelos transtornos – só quis me fazer presente – não quis causar incomodo.
Não estou me vitimando – apenas relatando fatos.

E se de vez em quando, tu notares que a parede ao longe andou – não se preocupe, sou eu.”

E o garoto fechou seu livro, o pôs sob a mesinha de cabeceira e dormiu, para encarar mais um dia de Office Boy.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nunca mais


Existia um garoto, um garoto que morava no subúrbio de Londres. Ele saía sozinho geralmente, saía pra beber algo em algum pub, ou pra ler sentado próximo ao rio.
Um dia, numa de suas idas a um dos pubs próximos à Oxford, ele encontrou um homem não muito velho, mas que também pra novo não servia, que viu que o garoto não estava muito contente.
Foi então que ele perguntou ao garoto:
- Hei, garoto, aceitas uma Heineken?
E o garoto respondeu:
- Aceito sim.
Eles conversaram sobre música, bebida e maconha.
Foi então que o homem lhe perguntou:
- O que lhe aflige, Garoto?Estamos a mais ou menos duas horas conversando, e você não pára de futricar nos amendoins da mesa, com esses olhos tristes. Com uma cara de quem não sabe pra onde vai, mas sabe de onde vem - e gostaria de voltar, mas não pode. – e então o garoto lhe interrompe:
- Quem tu pensa que és pra dizer quem eu sou ou deixo de ser – ou o que se passa comigo!? – não é uma merda duma cerveja que lhe dá o direito de se meter na minha vida!
- Eu só quis ajudá-lo.
- Sério?Não queira, então!
- Garoto, eu vejo nos seus olhos uma falta de brilho; uma falta de brilho que eu tenho, tive – eu não sei.
- Se tu não sabe o que se passa contigo, como pode saber o que se passa comigo?
- O que lhe aflige, Garoto?Talvez faça bem falar!
- Pra quê?Pra tu saíres do pub, acender um cigarro na porta, e esquecer tudo?Fazer como todo mundo sempre faz?Se aproximar de mim, tirar tudo que pode, fazer eu me expor tudo que dá – e depois me deixar sozinho?Obrigado, meu bom Senhor – prefiro ficar só, do que ter uma nova decepção!
- Tu és amargo, Garoto.
- Eu sei, e tu um ridículo.
E o garoto levanta do banco, matando meia garrafa de cerveja num gole só.
Ele abriu a porta do pub, deixando aquele som britânico ser abafado com a porta que se fechava pelas suas costas. Enxugou as lagrimas com sua jaqueta, acendeu um cigarro, e resolveu ir até a ponte – afim de achar uma saída.
No caminho ele foi chorando e ouvindo Blackbird, dos Beatles – em seu contorno tinha uma grande fumaceira – em parte do cigarro, e o resto do frio.
- Por que sempre sozinho? Eu só queria me divertir com pessoas, como pessoas normais fazem. Sair de casa, e ter com quem conversar – ter uma garota pra ser tão legal comigo, como eu posso ser com ela. Eu estou cansado.Cansado de sempre ser jogado pra escanteio – com um motivo muito forte e que me impõe a compreensão.Por quê?Por quê!
E ele senta-se no cordão da calçada, com a cabeça entre as pernas e, os cotovelos sobre os joelhos.
O guarda que passou, não teve motivos para abordá-lo, e seguiu seu caminho até a esquina. No trajeto de volta, não viu o garoto inglês... O guarda não o viu, nem mais ninguém.

domingo, 3 de maio de 2009

A Gente?


A gente se perde escrevendo – querendo sempre aquilo que sempre está fora do nosso alcance!
Às vezes as coisas ficam tão aparentemente fáceis... Me sinto uma criança de alguns meses apenas, posicionada no braço de um sofá, e ao lado do sofá tem uma pequena mesinha, que nessa mesinha tem alguma coisa muito atrativa, e eu quero pegar... Eu ignoro o vão que há entre a mesa e o sofá – e literalmente me atiro em busca do tão atrativo “algo”.
O pior, é que eu pareço uma criança, mas uma criança burra – porque eu sempre caio nesse vão – e sempre fico sem o “algo”.
Não sigo nenhum protocolo de boa conduta, não copio cena de filme nem finjo ser Hamlet – mas não dá certo. Pros outros tudo parece tão fácil... As coisas fluem tão facilmente pra eles, e pra mim é tudo tão tortuoso – tortuoso de um modo, que quando ocasionalmente eu consigo, perde todo o gosto.
No meio dos meus livros, cd’s, Lp’s e filmes eu não me sinto tão sozinho – quer dizer, me sinto, mas eu consigo ser mais imbecil ainda, mentindo pra mim, e acreditando que aquilo não é solidão – é vontade de estar sozinho.
Cansa, sabia?A gente cansa – e às vezes a gente enlouquece.
De uns meses pra cá eu cheguei a uma conclusão bem forte: Enlouquecer é fácil – não é preciso quase nada – o problema, a incógnita dessa questão, não é o enlouquecer, e sim o manter-se são – manter-se lúcido. Ficar normal, após cada queda, cada tombo doído... É uma tarefa árdua.
Passar um tempo cobiçando algo, querendo aquilo de mais – mas sempre dando valor, aos malditos bons costumes – bem feito pra minha cara.
Não consigo sentir tristeza, raiva ou magoa de ninguém (na atual situação). Sinto tudo isso de mim – única e exclusivamente de mim – raiva por ser tão idiota, magoa por ser tão infantil às vezes e, tristeza por mais uma vez não conseguir aquilo que há tanto tempo eu quero tanto.
Eu me meto nos problemas, e sempre fico tendencioso a carregar as pessoas comigo – claro, elas nunca vão – mas bem que eu tento.
Filmes ultimamente andam significando muito mais que música – mas tem um filme que só o nome anda me irritando: “A Procura da Felicidade” – eu já virei agnóstico, ranzinza e pessimista – mas... Chega né?Se não tiver mais nada pra eu acreditar – eu vou cometer um “Auto-suícido-a-mim-mesmo”.
Por mais que eu faça, eu nunca basto – eu sempre chego atrasado, sempre falo coisas erradas nas horas certas.
É um toque, um beijo – um telefonema pra dizer que vai passar em casa pra tomar banho antes de vir pra cá... Sabe?Não tô pedindo um milhão de dólares (não se encabulem se quiserem fazer doações.), eu tô pedindo meu pedacinho de felicidade, pedindo meu cantinho de terra pra escrever meus romances com nomes engraçados, ouvir Bob Dylan numa soleira – e levar um café na cama pra ela.
Eu voltei ao meu tédio de antes – tive um suspiro de sair dele... Mas já taparam minhas narinas: “-Não respira, bobalhão!”
Eu fico aqui – de casa pro trabalho, do trabalho pra casa... Sozinho, sem ninguém. Baixando filme da internet e brigando por uma legenda pra por no filme.
Tudo bem, se eu esquecer o fato que eu vou fazer dezoito anos, to “cheio de vida”, até que não é tão mau assim, passar dia após dia trancado dentro deste minúsculo apartamento.
Me ocorre agora, é que uma porrada de gente que vai ler essa merda desse texto (alguns vão comentar, outros não), devem estar pensando: “- Bá, que cara bem dramático.” – se, estiverem pensando isso, eu lhes digo: “- Concordo.”
Estou cansado. Cansado de procurar por alguém que eu sempre acho, e nunca vem...
Não é há pouco tempo – faz um longo tempo, que eu ando escondido pelos cantos das paredes, observando cada movimento, passo e gesto – achei que isso fosse me ajudar em alguma coisa.



“Eu só quero te abraçar.
Eu não quero te prender...”



E pra piorar tudo, o meu cigarro vai à R$3,75 – olha, cansei!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inverno

O inverno chega de leve aqui em Porto Alegre – fingindo que deixa o outono mandar.
Fazendo uma troca sorrateira – de fresco com o abafado.
Em Abril, ele mente que vai deixar os casais unidos, as gargantas quentes com o conhaque e a redenção mais européia.

Mas então, chega Maio – e ele se importa com a fama – faz todos bagunçarem os armários, tirando casacos, cachecóis e cobertores – comprando lenha pro fogão e gengibre pra um quentão. Mas ele prega mais uma, vem com tal de Veranico, fazendo todo mundo deixar as cobertas à mão – porque o inverno é previsível.

Mas em Junho ele se apresenta – machuca os dedos e congela o nariz. A cidade baixa não fica tão cheia – e todos querem vinho com seu par.
Reunimos-nos na casa de amigos, com filmes do Allen, e ficamos divididos em opiniões entre ele e Almodóvar.

O inverno não é cruel como alguns o taxam – dormir com ela é bem mais perfeito no inverno – sentir seu corpo quente por debaixo das cobertas – não vivemos isso numa outra estação.

Tomara que eu alcance a ti nessa estação – já que a algumas te olho de canto, sem deixar que me vejas – quero nesse inverno uma taça de vinho tinto, um filme do Allen, uma manta por cima das pernas, e tu debaixo da manta!

domingo, 19 de abril de 2009

Fulcro D’alma

Luz forte, que entra pelas frestas da persiana
São meus cílios roçando no travesseiro e não me deixam dormir
Pensamentos em ti – que não me deixam sair daqui.
Obscuridades num quarto encoberto de fumaça.

Que faz teu sorriso em cada manhã,
Que desafia a minha loucura por cada anoitecer?
Tripudias da castidade neste leito sensual.
Com risadas sem pudor, achando a vida tão normal.

Que mal há, no prazer sem depois?
Que mal há, no agora sem prazer? – será que tu me entendes?
Triunfando sobre minha alma sem remédio
Dominando o meu corpo sem pensar.

Meu corpo marcado vira o teu relicário. – me fiz altruísta.
Depois de ti, eu vou!
Egoísta, não sou.
Depois de ti, eu vou!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Rosa Norte

A gente acaba sempre comendo no prato que cospe – é fatal.
Eu, que nunca pensei em querer tanto retornar a um lugar, a uma cidade... Tu és o meu motivo mais forte – o único.
O barco que posto na água, e eu descrente de sua navegação – está em alto lago Paranoá.
Nunca consegui crer que eu ia gostar de alguém de novo, do jeito que anseio a ti – que um simples toque, um simples roçar de rosto com rosto, pudesse endireitar minha vida.
Nunca mais tinha pensado em vegetar por um dia todo, com um único pensamento – querer sentir o perfume, o gosto da tua boca.
Eu sei, eu sei que é pra valer, que vai ser como nunca foi – não vou ligar pra região – não é certo por as culpas de uma pessoa num lugar – eu amadureci em menos de uma semana.
Ansiando a minha descida do avião, dar de cara contigo, te encontrar me esperando – ali, depois daquela grande lamina de vidro – tu vais estar lá.
Passo os dias pensando no que fazer pra agradar, no que dizer pra alegrar – há muito tempo não era mais assim – sempre perdido em alguma mesa, com mais uma... Finalmente eu achei o objetivo que eu queria, aliás, mais do que eu queria – é muito mais do que eu sonhava, é muito mais do que eu mereço.
Não espero nada menos de ti do que a reciprocidade que tanto sonho – o beijo que tanto anseio, o abraço que eu tanto quero.
Tomar cerveja num copo só, andar na rua com cara de idiota – eu tô lembrando de ti.Eu sempre estou!
Eu achei o meu amor com sabor de fruta mordida – só não me afasta de ti – só não se afaste de mim.Dê-me um voto de confiança, me dê teu corpo, mas primordialmente tua mente.
Deixa-me ficar deitado no teu colo, na grama verde do Parque da Cidade – só quero ver teu queixo por baixo – quero te ver, contemplar – estar contigo.Não me prive disso; não seria certo nem justo.
Receber teu beijo, que ocorre com a curvatura do teu corpo deixando teus cabelos nos meus olhos.
Não vou usar clichês idiotas, de te pedir pra ficar comigo pra sempre... Mas posso te pedir pra que fique comigo enquanto dia e noite se alternarem... Isso eu posso.
Eu só quero velar teu sono, e te acordar com um beijo – dizer coisas bonitas pra ti, me despedir, e ficar o dia ansioso pra voltar.
Eu tenho por ti a adoração que eu tenho medo de usar o termo – mas não por duvida, e sim por medo de te afastar de mim.
Só o que eu te peço: Fica comigo.




Foto: Blues Pub Bar – Taguatinga.

sábado, 24 de janeiro de 2009

"Babe i'm Gonna Leave You"

Sempre que me encosto à porta do teu quarto, e vejo a luz do abajur deslizar no teu corpo semi-coberto, idealizo todas as coisas que irei te dizer quando tu acordares.
Prendo-me olhando ao vento que de leve entra pela janela, e descobre tuas costas nuas.
O jeito que abraças o travesseiro em busca do meu corpo – o jeito que teu corpo pede o meu.
Em pé na tua porta, basicamente nu – basicamente teu. E eu aqui, olhando a cena que eu atuava, as garrafas pelo chão, algumas estão cobertas pelas nossas roupas.
Mas não, não acorde – deixa eu te observar mais um pouco, me deixa ver como teus poros se ouriçam na confusão da minha respiração quente com o ar frio.
Todas as cores dos seus olhos confusas com as do teu cabelo, todas as notas do teu perfume com o meu, e tudo isso com a fumaça do meu cigarro.
Como é que se imortaliza uma cena?Como é que se ama alguém?
Eu acho que quero deitar do teu lado, e velar teu sono de perto.
Abraça-me ao deitar do teu lado – estou aqui? Será?
Por que eu sou assim? Tão canalha e tão ridículo.
Sempre querendo o que não posso, quem não devo e quem não quer.
Eu ando roto, e tu nem ligas. Gosto do teu corpo, das tuas tatuagens, dos teus lábios quase abertos.
Normal, levanto, me visto sorrateiramente – cuidando pra não te acordar –, eu não posso ficar aqui. Pego meu cigarro, as minhas chaves – ponho os fones nos ouvidos... “Babe i'm gonna leave you... E eu fui eu de novo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Quase


Naquele frio cortante de Porto Alegre, sentado num café da Cidade Baixa, com algo de Rousseau aberto na mesa e uma sensação hipnótica ao ver o movimento.
Mais um garotinho vendendo adesivos, homens pedindo um trocado – pareciam atraídos pelo aroma do café com whisky. Lembranças de coisas que leu por aí. Casais que juntos ouviam música, sentados na grama.
Tentar lembrar-se dela seria um bom começo de um texto pra ele, lembrar de uma noite interessante, alguma troca de afago ou simplesmente um briga que tenha acabado com isso. Mas ela nunca existiu, então voltar a concentrar-se no clima e nas coisas que o cercavam seria o mais propicio.
- Me dê um cointreau, por favor. – o café não alimenta mais, quando as coisas começam a perder o gosto.
Será que tanta serenidade faz bem?Será que ser tão passional é tão edificante assim?Será que por algum instante, as coisas não podem deixar de serem tão cobradas, e tão amargas – e que por alguns minutos, possa um ser desfrutar de sua bebida e esquecer toda sua desventura?
- Bobagem!Isso é tão utópico.
Tornando a pensar, chegamos à conclusão que os minutos de prazer de sentir o clima da cidade que tanto amo, ver os casais que eu tanto queria ser – são tão raros. Por quê?
Por que é sempre tão complexo?Tão avantajada à dor, e pior – sabendo que nem é um fato tão doloroso assim, mas ele insiste em doer mais do que o normal.
- Como é bom complicar as coisas – minha cabeça da um nó!
Mas no resumo da opera, é amar as coisas a melhor das coisas. Sentir o cheiro do café com whisky, o sabor do cointreau, observar um corpo extremamente sexual que passa na minha frente e interrompe meu raciocínio, e continuar com minha leitura na cidade que tanto amo. Ela é ela... Tanto faz se no verão ou em alguma meia-estação – continuar a reclamar de tudo é o forte do ser. Esta no âmago do ser- humano. Insatisfação, intolerância e irrelevantes por opção.
Mas tudo é prazeroso ao mesmo tempo – prazer em ler um texto, e achar brilhante aquilo – talvez até sentir inveja, de não ter sido sua própria idéia. Mas sentar-se, e tentar fazer algo brilhante, ou tão brilhante quanto o dela, pra que à noite tenham o que falar, e como se conhecer – brincar de escrever.
Nei Lisboa me entende.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Colchetes


Sabe o que é um dia sem razão?
Pois é, eu tenho tido vários dias sem razão. Tem amigos meus dizendo que eu preciso de uma namorada – mas pra eles, namorada é governanta – mas sabe, horas eu acredito que eu realmente precise de uma namorada – não de uma governanta – de fato uma namorada. Horas discordo. Mas numa coisa eu concordo, ando tendo falta de razão. Não não, eu não vou fazer desse blog um diário, só achei que minha situação daria uma bela história.
O caos em que vivemos dia-a-dia se tornou tão corriqueiro e normal, que se torna ínfimo ao nosso coração – o que é bom, seria pior se sofrêssemos. Mas eu não ando achando um sentido nas coisas. Pra que acordo e ganho dinheiro? Um salário tão baixo só pra mim?Pra que componho canções – algumas de amor. Mas os solos melódicos que eu fazia em um tempo retro – os mesmos saem sem inspiração. Então eu me pergunto, o que eu faço aqui?
Pois sim, já perdi todas as crenças em seres mediúnicos e deuses mirabolantes.
Será que a pessoa que eu procuro se perde entre folhagens e macegas?
Tempos atrás me mostraram na carne, que o romantismo não é tão funcional como eu pensava, e eu tenho consciência hoje, que machuquei muita gente já, por causa desse meu veredicto idiota.
A vida anda se resumindo a escrever, ler, beber, ler, escrever, dormir de vez em quando, e quem sabe ler um pouco. Note você, não há companhia, mas de certa forma, não há solidão – há vazio – e isso é muito doloroso.
Os comentários desse blog me deixam incrivelmente feliz, principalmente quando alguém “estranho” aparece aqui elogiando meu trabalho, e dizendo que sou bom – ainda bem que não me chamam de egocêntrico, a verdade dói. (rsrs). Pessoas bonitas e inteligentes andam cruzando meu caminho nesse espaço virtual, e espero que algumas delas, sejam à saída da minha pseudo-depressão.
Tenho cada dia que passa, tentado descobrir o real valor do sexo, e do “Eu te amo” – do sexo eu acho que já descobri. Mas o “eu te amo”... Esse é difícil, principalmente quando ele se junta ao sexo. Uma garotas disse, no meu ultimo post, que é bom quando eles se juntam – não com essas palavras respectivamente, mas foi isso – e eu digo, foi o comentário dela, que me fez escrever isso.É, dedicado a ela.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Vinte e Três

Triste mudo – doce tempo.
Velho dia – ao relento.
Corpo nu de criança.
Que me vale a esperança, sem ti?

Vem cá, me afaga os cabelos,
Mostra-me os teus desejos.
Deixa o pecado sucumbir – deixa.

Devagar, bem sutil,
Levanta calmamente – prepara o café.
Compra-me cigarros, faz amor comigo – quem me dera!

Olha só, é ela de novo.
Olha só, é samba em carne osso.
Poesia de adolescente, meu amor reincidente – transformo-te em realidade.

Te esperei voltar da praia,
Para que voltasses melhor,
E agora que chegaste,
Prometa-me não me deixar só