terça-feira, 16 de junho de 2009

Irreais

Passava uma vida agindo como uma criança. Então cresceu. Criou barba e desejos dos quais uma criança não tinha. Mas ainda agia como uma criança – não na inocência, mas na estupidez.
Agia sem pudor, agia sem cautela ou medo com o que fazia com as pessoas – e por esse motivo era visto com outros olhos.
Ainda no colégio era um cara bem entrosado. Dava-se bem com todos e com os professores – mas todos o achavam muito criança – mas não criança de criança bobinha, criança querida – criança de imaturo mesmo, de negligente com sigo e com os outros.

Sem saber o que ao certo quer, o que ao certo pensa ou gosta – sempre enfiava os pés pelas mãos. Ferir as pessoas era uma constante – mas verdade seja dita: Sem querer – quase sempre sem querer.

Afundado em livros de filosofia e escritores estrangeiros, adquiria muita cultura e, nenhuma picardia. Como pode um ser, ser tão estúpido?
De nada adiantava andar com Voltaire, Nietzsche, Allan Poe, Kafka ou qualquer velho sabido – de nada adiantava se ele só decorava as histórias. Nunca as colocava em pratica. Nunca tomava o conhecimento de seus heróis como uma lição – era mais um livro.

Filosofando sozinho no banho sobre sexualidade, racismo e outros assuntos cult’s – era ele mais um pseudo-cult. Mais um pseudo-sábio. Em suma: Um estúpido.
Negligenciava o carinho que as pessoas tinham por ele e, mais uma vez acabava por ficar só – bem feito.
Trancafiava-se então mais uma vez em seu quarto com seus heróis, a fim de buscar uma saída ou uma resposta. E as encontrava – e mais uma vez o estúpido não as seguia, não as usava.
De que adianta?De que adianta tantos livros, tanta sede de saber, se na hora que necessita dela... Simplesmente não se usa! De que adianta?


Sonhando todos os dias com uma independência financeira e moral – mas não fazia nada pra que isso acontecesse. Literalmente nada!
Reclamando da sorte e mais uma vez citando artigos de revistas que falavam de seus heróis. Revistas que lia pra que mais uma vez fossem inúteis. Revistas que seriam altamente edificantes pra que a pessoa conseguisse se elevar – perante os outros e a si mesmo.

Mas não, sempre se lia, sempre se ignorava o que se lia e sempre, sempre mesmo, era vista com olhos irreais – e com a mais coberta razão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que tu podia ter explicado melhor a questão dos olhos irreais. Tipo, eu entendo por causa da nossa conversa... mas acho que ficaria mais bacana se falasse mais disso. É como se tu tivesse entreaberto a porta de um assunto e deixado ela lá, sem decidir se fecha ou abre mesmo sabe.

Mas sei lá, é minha opinião. Pq acho q o assunto pode render bastante ainda - e eu com meus comentários chatos de novo. =P

Beijos
=*

Cazú disse...

hahhahaha

Mas a graça é deixar em aberto - assim não preciso pensar tanto pra postar mais além!
;)

Adoro teus comentários, nhonhonha^^

beijos!