segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nunca mais


Existia um garoto, um garoto que morava no subúrbio de Londres. Ele saía sozinho geralmente, saía pra beber algo em algum pub, ou pra ler sentado próximo ao rio.
Um dia, numa de suas idas a um dos pubs próximos à Oxford, ele encontrou um homem não muito velho, mas que também pra novo não servia, que viu que o garoto não estava muito contente.
Foi então que ele perguntou ao garoto:
- Hei, garoto, aceitas uma Heineken?
E o garoto respondeu:
- Aceito sim.
Eles conversaram sobre música, bebida e maconha.
Foi então que o homem lhe perguntou:
- O que lhe aflige, Garoto?Estamos a mais ou menos duas horas conversando, e você não pára de futricar nos amendoins da mesa, com esses olhos tristes. Com uma cara de quem não sabe pra onde vai, mas sabe de onde vem - e gostaria de voltar, mas não pode. – e então o garoto lhe interrompe:
- Quem tu pensa que és pra dizer quem eu sou ou deixo de ser – ou o que se passa comigo!? – não é uma merda duma cerveja que lhe dá o direito de se meter na minha vida!
- Eu só quis ajudá-lo.
- Sério?Não queira, então!
- Garoto, eu vejo nos seus olhos uma falta de brilho; uma falta de brilho que eu tenho, tive – eu não sei.
- Se tu não sabe o que se passa contigo, como pode saber o que se passa comigo?
- O que lhe aflige, Garoto?Talvez faça bem falar!
- Pra quê?Pra tu saíres do pub, acender um cigarro na porta, e esquecer tudo?Fazer como todo mundo sempre faz?Se aproximar de mim, tirar tudo que pode, fazer eu me expor tudo que dá – e depois me deixar sozinho?Obrigado, meu bom Senhor – prefiro ficar só, do que ter uma nova decepção!
- Tu és amargo, Garoto.
- Eu sei, e tu um ridículo.
E o garoto levanta do banco, matando meia garrafa de cerveja num gole só.
Ele abriu a porta do pub, deixando aquele som britânico ser abafado com a porta que se fechava pelas suas costas. Enxugou as lagrimas com sua jaqueta, acendeu um cigarro, e resolveu ir até a ponte – afim de achar uma saída.
No caminho ele foi chorando e ouvindo Blackbird, dos Beatles – em seu contorno tinha uma grande fumaceira – em parte do cigarro, e o resto do frio.
- Por que sempre sozinho? Eu só queria me divertir com pessoas, como pessoas normais fazem. Sair de casa, e ter com quem conversar – ter uma garota pra ser tão legal comigo, como eu posso ser com ela. Eu estou cansado.Cansado de sempre ser jogado pra escanteio – com um motivo muito forte e que me impõe a compreensão.Por quê?Por quê!
E ele senta-se no cordão da calçada, com a cabeça entre as pernas e, os cotovelos sobre os joelhos.
O guarda que passou, não teve motivos para abordá-lo, e seguiu seu caminho até a esquina. No trajeto de volta, não viu o garoto inglês... O guarda não o viu, nem mais ninguém.

2 comentários:

Unknown disse...

ó meu garoto Queriido..

Muito Legal...
demos as maos e nos Joguemos no Precipicio!

Cazú disse...

Capaz, vamo fica aqui em cima!
A gente é mais util!
sauhasuhshu