terça-feira, 2 de junho de 2009

Fim



Tantas cidades,
Tantos cheiros,
Poucos amores.
O que restou,
Foram sabores memoráveis.

Daqui não se leva nada.
Pelo menos, nada de bom.
De bom, só o alívio do fim.

Do lado parado da vida
Visualiza-se como era bom.
Andar de mãos dadas com o nosso veneno.

O que eu vou levar de bom,
São os carinhos dos meus pais,
O amargo da minha bebida e,
O travo do meu cigarro.

Todos os lugares em que andei,
Aprendi a calar.
Todos os lábios que beijei,
Ensinaram-me que não era minha aptidão.

O que restar é o que restou.
Largo minha espada e tiro meu elmo.
Deixo a parte vulnerável da minha bala clava exposta.

Pois daqui nada vai – tudo fica.
De bom, só o alivio do fim.

Fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

"De bom, só o alivio do fim."

Gostei disso. Deixa eu botar numa das minhas músicas? Mas não vale cobrar direitos autorais não hein.

Mais um na linha pessimista voyer's, tô aprendendo a gostar viu :)